quarta-feira, 5 de junho de 2013

Máfia do DPVAT: em Sergipe, esquema movimenta mais de R$ 30 milhões

Sergipe 247 – O jornal Cinform, através do excelente caderno “Grandes Reportagens”, faz, na edição desta semana, uma grave denúncia envolvendo o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). De janeiro a maio de 2013, os cofres públicos desembolsaram para Sergipe R$ 31,5 milhões, em indenização para pessoas que se envolveram em acidentes de trânsito. Parte considerável deste dinheiro estaria sendo desviado, através de fraudes, que envolvem pessoas simples, que residem no interior do Estado, informa o jornal.
“Ano após ano, as ditas “máfias do DPVAT” se aperfeiçoam em fraudar esse seguro. Sim, são máfias mesmo. Pois os esquemas, que possuem no cerne da própria podridão um conjunto de profissionais formado por advogados, médicos, delegados, corretores de seguros, policiais civis e militares e, em alguns casos, até juízes, praticam, primeiramente, o sutil tráfico de influências”, afirma a reportagem produzida pela jornalista Paula Coutinho, que salienta: a ação criminosa não está limitada a Sergipe.
Em Arapiraca (AL), por exemplo, 1,8 mil pedidos de DPVAT estariam sob suspeita. Em se confirmando a fraude, o prejuízo é de R$ 22 milhões. A máfia na cidade alagoana teria aliciado pessoas em Sergipe, nos municípios de Canindé e Nossa Senhora das Dores. Investigações apontaram que os fraudadores utilizaram, em Arapiraca, uma lista com nomes de pacientes diabéticos que tiveram, por conseqüência da doença, órgãos amputados. Transformados em vítimas de acidentes automobilísticos, advogados requisitaram o pagamento do seguro.
Em Sergipe, recepcionistas de hospitais e policiais que atuam no Instituto Médico Legal (IML) teriam alterado guias de exames e laudos periciais, indicando lesões e seqüelas permanentes, para ter acesso ao seguro. Os advogados envolvidos no esquema ficariam com até 35% do valor da indenização. A empresa Líder dos Consórcios do Seguro Dpvat está acompanhando o caso desde 2010.
O Nordeste seria o maior foco da máfia, mas há ocorrências ilegais também no Norte e no Sudeste, embora o dinheiro tenha sido sacado em agências bancárias de Sergipe. No Estado, há indícios de que o crime ocorreu também em Estância, Umbaúba, Tomar do Geru, Dores e Canindé. As investigações revelam ainda que é constante o uso de Boletins de Ocorrência falsos. No Interior, por exemplo, muitos dos BOs relatavam acidentes de moto falsos ocasionados por animais.
Fonte: Brasil 247

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