"Ano após ano, as ditas “máfias do DPVAT” se
aperfeiçoam em fraudar esse seguro. Sim, são máfias mesmo. Pois os
esquemas, que possuem no cerne da própria podridão um conjunto de
profissionais formado por advogados, médicos, delegados, corretores de
seguros, policiais civis e militares e, em alguns casos, até juízes,
praticam, primeiramente, o sutil tráfico de influências”, afirma a
reportagem do Cinform, produzida pela jornalista Paula Coutinho
Sergipe 247 – O jornal Cinform, através do
excelente caderno “Grandes Reportagens”, faz, na edição desta semana,
uma grave denúncia envolvendo o Seguro de Danos Pessoais Causados por
Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). De janeiro a maio de
2013, os cofres públicos desembolsaram para Sergipe R$ 31,5 milhões, em
indenização para pessoas que se envolveram em acidentes de trânsito.
Parte considerável deste dinheiro estaria sendo desviado, através de
fraudes, que envolvem pessoas simples, que residem no interior do
Estado, informa o jornal.
“Ano após ano, as ditas “máfias do DPVAT” se aperfeiçoam em fraudar
esse seguro. Sim, são máfias mesmo. Pois os esquemas, que possuem no
cerne da própria podridão um conjunto de profissionais formado por
advogados, médicos, delegados, corretores de seguros, policiais civis e
militares e, em alguns casos, até juízes, praticam, primeiramente, o
sutil tráfico de influências”, afirma a reportagem produzida pela
jornalista Paula Coutinho, que salienta: a ação criminosa não está
limitada a Sergipe.
Em Arapiraca (AL), por exemplo, 1,8 mil pedidos de DPVAT estariam sob
suspeita. Em se confirmando a fraude, o prejuízo é de R$ 22 milhões. A
máfia na cidade alagoana teria aliciado pessoas em Sergipe, nos
municípios de Canindé e Nossa Senhora das Dores. Investigações apontaram
que os fraudadores utilizaram, em Arapiraca, uma lista com nomes de
pacientes diabéticos que tiveram, por conseqüência da doença, órgãos
amputados. Transformados em vítimas de acidentes automobilísticos,
advogados requisitaram o pagamento do seguro.
Em Sergipe, recepcionistas de hospitais e policiais que atuam no
Instituto Médico Legal (IML) teriam alterado guias de exames e laudos
periciais, indicando lesões e seqüelas permanentes, para ter acesso ao
seguro. Os advogados envolvidos no esquema ficariam com até 35% do valor
da indenização. A empresa Líder dos Consórcios do Seguro Dpvat está
acompanhando o caso desde 2010.
O Nordeste seria o maior foco da máfia, mas há ocorrências ilegais
também no Norte e no Sudeste, embora o dinheiro tenha sido sacado em
agências bancárias de Sergipe. No Estado, há indícios de que o crime
ocorreu também em Estância, Umbaúba, Tomar do Geru, Dores e Canindé. As
investigações revelam ainda que é constante o uso de Boletins de
Ocorrência falsos. No Interior, por exemplo, muitos dos BOs relatavam
acidentes de moto falsos ocasionados por animais.
Fonte: Brasil 247
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