Sergipe perdeu cerca de 500 mil litros de leite por dia
A estiagem atingiu 35 municípios sergipanos (Fotos: Portal Infonet) |
Mesmo após as chuvas que estão caindo nos últimos meses em todo o
estado, os produtores sergipanos não tem muito o que comemorar. A
estiagem que ocorreu em boa parte dos municípios sergipanos, já é
considerada para os agricultores como a mais agravante dos últimos 50
anos.
Segundo informações do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural,
Administração Regional de Sergipe (Senar/SE), vinculado a Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe (FAESE), o estado perdeu
algo em torno de 40% do rebanho bovino e da produção de leite, o que
equivale a 500 mil litros de leite por dia, e 200 mil cabeças de gado.
Além dos agricultores e pecuaristas, os citricultores também tiveram
prejuízos segundo garantiu o presidente do Senar/SE, Eduardo Silveira
Sobral. “Do ponto de vista da citricultura também os prejuízos foram
grande uma queda de 30 a 40%. Para se ter uma ideia uma tonelada de
mandioca passou a custar R$ 1 mil reais e essa mandioca vem de Marília
em Minas Gerais ou do Espírito Santo. A única agricultura que se salvou
foi a da agricultura irrigada do arroz de Propriá, Neopolis, Ilha das
Flores e dos perímetros irrigados”.
Situação de emergência
Eduardo Silveira Sobral diz que todos os agricultores estão descapitalizados |
Dados da Defesa Civil Estadual apontam que até o momento 35 municípios
decretaram situação de emergência em decorrência da seca. Ao todo são
575.811 pessoas afetadas, sendo desse total 185.163 pessoas assistidas e
107 caminhões pipa distribuídos.
Mas apesar de apenas 35 cidades terem decretado estado de emergência, o
presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, Administração
Regional de Sergipe (Senar), Eduardo Silveira Sobral, destacou que os
agricultores e pecuaristas dos demais municípios também ficaram no
prejuízo.
Por conta disso, eles encaminharam por parte do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) uma moção de apelo junto ao
Conselho Monetário Nacional no sentido de fazer valer e estender os
benefícios das resoluções do Bacen nº 4.211 e 4.212, ambas de 18 de
abril de 2013 para os catorze municípios que compõem a região citrícola
afetada, a exemplo de Arauá, Boquim, Cristinapolis, estância, Indiaroba,
Itabaianinha, Itaporanga, Lagarto, Pedrinhas, Riachão da Dantas,
Salgado, Santa Luzia, Tomar do Geru e umbaúba.
Moção encaminhada ao Ministério da Agricultura |
“Nós fizemos uma moção encaminhamos ao governo federal assinado pela
Secretaria de Agricultura, Federação da Agricultura e dos trabalhadores
da agricultura fazendo um apelo ao Ministério da Agricultura para que
ele possa estender esses benefícios para beneficiar os outros municípios
que não decretaram emergência. Nós estamos prejudicados por uma questão
que nós não temos direito ao acesso ao custeio, a prorrogação de nossos
prazos, no entanto, se tivesse em estado de emergência nós tínhamos
acesso aos bancos e mais crédito para resolver os nossos problemas. O
que se quer agora é que os produtores não sejam penalizados”, diz.
Ainda segundo Eduardo Sobral, apesar dos agricultores terem o apoio do
governo do estado, não há muito o que se fazer. “Todos os agricultores
estão descapitalizados e apesar das medidas de prorrogação que o governo
lançou alguns municípios ficaram de fora. Somente o Conselho Monetário
Nacional tem o poder de decidir essa questão. Eu nunca vi um governo nos
últimos 20 anos se preocupar tanto como esse de Marcelo Déda. O governo
tem feito o que pode, mas tem sua limitação”, conclui Sobral.
Por Aisla Vasconcelos
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