quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Entidades acompanham a reestruturação de Cooperativa de Pedreiras em Tomar do Geru

Fonte: http://www.faxaju.com.br/viz_conteudo.asp?id=124247
 
No intuito de reestruturar a Cooperativa de Pedreiras, localizada no sul sergipano, diversas pessoas entre representantes de órgãos públicos estaduais e municipais, entidades sindicais e trabalhadores de pedreiras, estiveram reunidos nestaquarta feira, dia 21 de agosto, na sede do sindicato dos trabalhadores rurais na cidade de Tomar do Geru para discussão do papel do Associativismo e Cooperativismo e como isso pode ser aplicado na realidade socio econômica do município.

Atualmente, a  extração  e manufaturamento primário daspedras envolve cerca de 80% dos moradores de Tomar do Geru.  Há doze anos atrás,foi verificado que  junto  ao desenvolvimento desta atividade, existia umaprofunda desregulamentação das condições de trabalho , resultando em umaquantidade significativa de mutilados e do  exercício de trabalho infantil deforma indiscriminada.

Diante deste cenário, o Sindicato dos Mineirosdo Estado de Sergipe, SINDIMINAS provocou os órgãos públicos, como o MinistérioPúblico do Trabalho, a Delegacia do Trabalho, entre  outros,  para que juntosapontassem uma solução  para este problema que provocava sofrimento em toda apopulação de Tomar do Geru.

Após algumas reuniões com a comunidadefoi  apresentada a necessidade da criação de uma Cooperativa , no intuito deorganizar o trabalho de forma coletiva.  A cooperativa foi criada, contudo, apesar da resolução de alguns problemas, principalmente a erradicação dotrabalho infantil, outras questões ainda continuam pendentes.

Paratentar superar esses problemas,  depois de algumas reuniões  envolvendoSINDIMINAS, SEBRAE, Ministério Público do Trabalho, o Poder Público de Tomar doGeru, entre outros,   decidiram por construir um  espaço para reestruturar aCooperativa de pedreiras, a partir de uma palestra sobre os pilares principaisda política de Associativismo e Cooperativismo, tendo essa ação como o primeiropasso para acompanhamento de uma reestruturação para a Cooperativa.

“A cooperativa que foi criada há dez anos atrás, mas aos poucos perdeu a suafunção. Estamos aqui para tentar retomar a verdadeira função para a  Cooperativade pedreiras  para que  a comunidade  se sinta dona daquilo que ela produz e quenão seja prejudicada com a centralização da produção por alguns grupos ou atémesmo pelo seu fechamento, diante de uma possível  fiscalização pelos órgãospúblicos” afirma Gilson  Silva, presidente do Sindicato dos Mineiros do Estadode Sergipe, SINDIMINAS.

Para o representante do poder públicomunicipal de Tomar do Geru, Wilson Evangelista  o mais importante desse espaço éa quebra de  paradigmas sobre a  centralização nas tomadas de decisão.

“Os trabalhadores de pedreiras ainda não  partilham os lucros do queproduzem,  isso é um grande problema social para a nossa cidade, tendo em vistaque a extração de pedras é uma das principais fontes de renda dos moradores domunicípio” afirma Evangelista.

Problemas

O cenário queenvolve a extração de pedra é temeroso em Tomar do Geru. Os trabalhadores depedreira ainda sofrem com a falta dos direitos trabalhistas, desde as condiçõesde trabalho a remuneração. A confusão entre o que significa uma relação detrabalho e um processo de cooperativismo vem trazendo grandes prejuízos para ocotidiano dos trabalhadores das pedreiras.

Para Prata Junior, auditore representante do Ministério do Trabalho, a situação é muito grave e os órgãos precisam fiscalizar essa situação .

“A situação do trabalho daspedreiras é muito grave, sabemos como as condições de trabalho estão se dando.Não podemos permitir isso. Estamos aqui tentando evitar o fechamento dessaspedreiras. Se vocês escolherem o Cooperativismo como método de administração,essa gestão e seus lucros precisam ser partilhados por todos, dos trabalhadoresaos donos de pedreira. Se a opção for de relação de trabalho, ou seja, quetenham donos e empregados, a legislação precisa ser respeitada. Fora dessas duassituações, o fechamento das pedreiras é inevitável. Vamos continuar orientando,mas a decisão é daqueles que desenvolvem a atividade da extração de pedras aquiem Tomar do Geru”,  diz Prata.

Propostas
Com o objetivode viabilizar o projeto de extração de pedras e até de expandi-lo, criandovertentes de beneficiamento da extração, a escolha pela Cooperativa e pela suareestruturação se coloca como premissa para a efetivação deste projeto.

“A primeira coisa que precisamos fazer é reestruturar a cooperativa paraque todos possam ser cooperados. As informações precisam ser partilhadas, oscooperados precisam saber a situação financeira da cooperativa, precisam definiros investimentos que precisam ser feitos, ou seja, trilhar por uma gestãodemocrática feita por todos aqueles que fazem parte da Cooperativa. Depois,precisamos expandir o projeto, desenvolver um projeto para captação de recursosno sentido de construir equipamentos públicos para que o aproveitamento daextração da pedra seja feita de forma completa, gerando mais lucro para acooperativa ”, defende Severino Bispo, presidente da Federação dos Mineiros doBrasil.

Reunião
No próximo dia 4 de outubro, haverá umanova reunião, na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tomar do Geru,para tirar dúvidas a respeito da previdência e das relações de trabalho, dandocontinuidade ao processo de rearticulação da Cooperativa de Pedreiras.
Assessoria de Comunicação
Central Única dos Trabalhadores de Sergipe

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